Definitivamente nós homens não somos tão fortes como muitos aludem. Pensando bem, as mulheres são muito mais fortes, basta refletirmos que, se nós tivéssemos que parir, o planeta estaria despovoado. Levante a mão quem de nós homens nunca têve carência de afeto, quem nunca têve medo, quem nunca chorou, fracassou, desmaiou. Portanto, a que sexo forte estamos nos referindo?
Essa imagem da masculinidade forte não corresponde com a realidade e, ao longo do tempo, essa falácia tem nos trazido muito mais desvantagens do que benefícios. Hoje em dia, observamos o culto da massa muscular, a partir da falsa idéia de que um verdadeiro homem deve ser forte fisicamente. E se não for? Nossa, coitado, passa a ser pouco homem e um ser pouco atrativo. Solução? Já escutei algo do tipo: “Use uma camisa bem folgada e não a tire por nada nesse mundo”. Piada, mas fato, como se a autoaceitação dependesse apenas das nossas medidas corporais, numa sociedade onde a cada dia mais constatamos jovens reduzindo sua hombridade aos músculos, substituindo o ato de pensar pelo suor, perdidos no ato do existir!
Será que as verdadeiras mulheres só estão interessadas em um bom bíceps? Será que para sermos homens temos que apenas levantar pesos, ser um “Rambo”? Essa situação tem refletido uma realidade obscura enfrentada por milhares de homens, equilibristas das expectativas sociais, a fim de cumprir o papel de uma falsa masculinidade, tratando de satisfazer as demandas irracionais de uma sociedade que ele mesmo projetou, a qual não se sustenta, pois se apoia numa areia movediça.
Acredito que todo homem tem o direito de mostrar a sua fragilidade, sem se sentir envergonhado, de não ter músculos, enfim, quem não gostar que não olhe, pois não há nada a ser provado! Nesse final de ano, convidamos todos os homens a uma verdadeira revolução, não de cunho político, mas psicológica, a fim de reconquistar a liberdade interior, libertando-se dos sinais fictícios de segurança, como diz o ditado popular: “Rico não é aquele que mais tem, e sim aquele que menos precisa”.
Portanto, em 2014, desejo aos meus amigos de caminhada, UM FELIZ HOMEM NOVO, pois um novo modelo de homem estará nascendo, florescendo nas pequenas primaveras que habitam em nós, uma verdadeira gestação, de dentro para fora e não de fora para dentro! Pensemos nisso!
Autor: César Rocha
